Auditoria às contas da Câmara!

Para que se saiba quanto se gastou mal gasto. Para saber o que se pagou a quem. Não há razão para uma dívida de 40 Milhões de Euros!

Orçamento Participativo - Toda a gente decide! Quanto maior a participação, menor a corrupção.

Uma ferramenta essencial para devolver a política à democracia e à transparência. Com orçamento participativo, é a população que escolhe!

Faz, Discute, Participa!

Colabora com a campanha do Bloco - sugere, questiona, propõe! Queremos a participação de toda a gente, queremos a Nazaré democrática e participativa!

Jorge Ribeiro - deputado na Assembleia Municipal da Nazaré

Valadense, professor de Ed. Física e grande dinamizador cultural na região. Do Jazz ao Basquetebol, Jorge Ribeiro tem criado hábitos culturais e desportivos colectivos partilhando o seu prazer por estas áreas. Para a Assembleia Municipal da Nazaré apresenta propostas construtivas e mobilizadoras!

Frederico Teixeira - deputado na Assembleia de Freguesia do Valado dos Frades

Fundador da Associação de Agricultores "Cinco Rios", que ao fim de um ano conta já com mais de 60 formandos e sócios que ultrapassam as fronteiras da Freguesia e do Concelho. Interveio na Assembleia Municipal da Nazaré no anterior mandato. É deputado da Freguesia dinâmico e próximo da população, inovador e atento às necessidades do Valado.

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Assim se prova que mandatos a mais só podem dar origem a abusos de poder!

Sem nenhum tipo de legitimidade política ou democrática, Jorge Barroso e o PSD querem espoliar a população nazarena do seu bem mais precioso. Aqui, hoje, rouba-se água! A água que pertence a toda a gente vai passar a pertencer a um núcleo de gestores e administradores que terão o lucro que quiserem para que nós tenhamos a água que precisamos.

O Presidente da Câmara, talvez devido ao vício de “mandão” que ganhou durante estes 20 anos de mandato, mente com o maior descaramento já visto! “Defendo hoje, como sempre defendi a gestão pública das águas”, diz. É mentira! Ou então é corrupção. Porque nada o obriga a privatizar como pretende.

Confessa, o Sr. Presidente, a incapacidade de “prever a crise e acautelar o município para os efeitos dessa crise”. Então avisamo-lo desde já: acautelar o município para futuros problemas económicos, financeiros e sociais passa precisamente por defender os bens mais básicos. A água é, ainda por cima, o símbolo do bem mais básico e mais necessário à vida.

Diz do alto do seu pedestal que “aqui só não ficamos pior porque conseguimos manter na nossa posse as captações de água”. Também é mentira. Aqui ficamos pior porque perdemos a capacidade de decidir sobre o que é nosso. Sabemos também que grande parte da manutenção da rede ficará a cargo do município daqui a 30 anos. Ou seja, que a maior parte da rede tem uma vida útil de 30 anos (anexo p. 238), que no final da concessão é que será necessário investir.

Diz que os funcionários poderão manter estatuto de funcionário público. É mentira. Não há hipótese de ser funcionário privado com estatuto público. Impossível, portanto é mentira.

Diz que se recusa a entrar num processo menos transparente que o concurso internacional?
Quantos exemplos precisa de falta de transparência em concursos internacionais? Desde a compra dos submarinos, passando pela alimentação dos militares portugueses ou aqui mesmo... O concurso internacional para a construção da Marina e Campos de Golfe. Quem foi o concorrente único nos dois concursos? Um líder do PSD, amigo pessoal de Jorge Barroso, Miguel Sousinha, que depois foi premiado com a presidência da Nazaré Qualifica. O projecto não chegou a fecundar sequer, mas serviu para dar lugar a quem hoje está sentado à nossa frente a roubar-nos a água.

Diz que defende um tarifário mais baixo? É mentira! Quem defende um tarifário mais baixo não faz aumentos constantes. O Sr. Presidente tem de assumir que falhou na gestão deste serviço. Que não conseguiu gerir este serviço e, portanto, assumir as consequências e alterar a gestão e os gestores.

Ainda se defende dizendo que a probabilidade de assinar o contrato neste mandato é quase nula... Então para quê a birra? Tem pressa em abrir concurso? Convoque um referendo, convoque eleições... Faça com que seja a democracia a decidir e não a prepotência. Se não tem pressa em assinar contrato, deixe essas ideias para o próximo mandato, para quem de direito.

Esta birra, esta prepotência, deixa-nos as maiores suspeitas. Não fazemos acusações, ainda. Mas sabemos que esta decisão é ilegítima e imoral, esperamos poder prová-la ilegal e abusiva.

Já aqui discutimos algumas vezes os perigos da privatização da gestão das águas, dos maus exemplos no país e no mundo. Já discutimos que esta moda começou há 30 anos em Paris e que hoje é de senso comum que a gestão pública favorece as pessoas e que a gestão privada tem apenas como objectivo o lucro accionista.
Já sabemos dos aumentos brutais que acontecem e da diminuição provada da qualidade do serviço prestado.

Já falámos da lenga-lenga que nos contam alguns presidentes de câmara, quais “virgens ofendidas”, arrependidos do contrato e alegando que não era “aquilo” que pretendiam. Também o nosso Presidente de Câmara se prepara para esse arrependimento público quando for necessário.

Declara tudo o que defende mas aprova e contrata o contrário. “-Não sabia que ia ser assim!”, havemos de o ouvir dizer.
Termina a sua intervenção dizendo que “a água é um bem de todos”... Vejam! Que alma nobre esta que, sabendo o que o povo quer, diz “pão” enquanto atira migalhas.

Já deixou a sua marca. 20 anos é muito tempo. Como acha que pode deixar uma marca negra para os próximos 30 anos? Sozinho...! Com oposição até de dentro...

Assim se prova que mandatos a mais só podem dar origem a abusos de poder.
Não se pense no entanto que a culpa só tem um noivo. A culpa cairá sobre cada uma das pessoas que hoje votarem a favor da privatização. Alerta! Não se deixem intimidar num assunto tão decisivo como este. São 30 anos de prisão a um contrato. Apelamos que não dêem o vosso voto cego e com a consciência, defendam a população e a democracia.

Fábio Salgado
Intervenção na Assembleia Municipal de 28 de Setembro de 2012